Resumo do Trabalho

Uma das principais funções da visão é ajudar a integrar diferentes modalidades sensoriais e compreender as várias informações que recebemos dos sentidos. A bengala, usada pelos cegos, funciona como extensão do sentido tátil e auxilia na locomoção, porém apenas a bengala não atende à necessidade de reconhecimento de objetos localizados acima da linha da cintura, comumente encontrados nos centros urbanos, e que se configuram como barreiras físicas capazes de provocar acidentes. Para auxiliar os cegos a se locomoverem com liberdade e segurança, alunos do IFPE vêm desenvolvendo o projeto Synesthesia Vision (http://synesthesiavision.com/) desde 2015. Neste projeto foram criados protótipos de óculos sensoriais e aplicativo para dispositivos móveis (disponível de forma gratuita na Google play Store). O aparelho descrito (óculos sensoriais) possui um vetor de sensores de distância ultrassônicos distribuídos ao seu redor, incluindo também um sensor de luz e micro botão (touch switch). A partir dos dados obtidos pelos sensores, os mesmos são processados nos óculos e são transformados em vibrações através de micromotores e sons através de buzzers (transdutores piezoelétricos). Os micromotores e os transdutores estão posicionados em cada lado dos óculos (lado direito e lado esquerdo do usuário). A partir da vibração conjunta desses motores e/ou do som, o usuário dos óculos pode identificar onde o obstáculo está localizado. As funções do aparelho podem ser acionadas por toques no micro botão (touch switch) ou por comando de voz. O reconhecimento dos obstáculos é baseado na utilização de sensores ultrassônicos que transmitem a distância e a localização entre o usuário e os objetos para o microcontrolado dos óculos. A distância e a localização são transformadas informação tridimensional (3D). A utilização de informação (3D) possibilita ao usuário dos óculos detectar a proximidade do obstáculo e a direção do mesmo. Os óculos também se comunicam com outros aparelhos e sistemas por meio de radiofrequência, utilizando a internet ou não, a fim de coletar novas informações sobre o meio que não foram capturadas pelos sensores ultrassônicos. Essas informações também são processadas e retornadas como como frases lidas computacionalmente. Exemplos destas comunicações são: previsão do tempo a partir de um servidor remoto, semáforos inteligentes que enviem dados do seu atual estado, veículos que emitam um sinal de posicionamento.